Se você gerencia pessoas há algum tempo, já deve
ter aprendido que o ser humano é um ser social, complexo, que tem motivações
relacionadas a seus costumes e moral. É um ser em desenvolvimento, que vive
diferentes fases ao longo de sua vida, tem aprendizados, sofre perdas e tem
períodos de “letargia”.
Enquanto gerente de projetos você até pode
preocupar-se somente com prazos, escopo e custos. Mas na liderança funcional,
nada mais importante que o foco no ser humano, visando minimizar o impacto do
trabalho na vida substancial do indivíduo.
Se você é um gerente iniciante, muita atenção às
lições abaixo. Observe, reflita sobre si mesmo e principalmente, controle sua
ambição, tudo acontece a seu tempo. Abaixo as principais lições que coletei
nestes anos de trabalho:
Se elogiar, faça em público. Se for chamar atenção,
faça em privado – As pessoas possuem um elemento chamado EGO, extremamente
sensível por mais forte que a pessoa possa parecer. Atingi-lo positivamente (e
honestamente) é arma de guerra em seu favor, mas chamar atenção de pessoas em
público é frequentemente considerado um desrespeito.
Maneire no egocentrismo. O time não é seu, é de todos - Frequentemente vejo novos gerentes referindo-se ao time de trabalho como “seus”. As posições de trabalho se modificam, líderes mudam de departamentos, pessoas mudam de empregos. Chamar o time de “seu” é um engano justificável apenas se utilizado para criar a sensação de proteção e/ou de estabilidade para o time.
Organize-se. Mudanças de rumo constantes acabam com
o comprometimento - Líder perdido = time confuso. Se você coordena pessoas,
esforce-se para criar uma linha de trabalho de médio/longo prazo e mostre o
acompanhamento às pessoas. Para alguns perfis de pessoas não há problema em
fazer apenas o que se manda, para outros há. Mostrar uma visão de médio/longo
prazo não trará nenhum malefício.
Tenha humildade, se você fosse bom estaria na NASA
- A situação mais comum é você trabalhar com pessoas de nível intelectual
similar ao seu, por isso existem “imediatos” a cada grupo de funções. Se você
se acha muito superior, procure outro local de trabalho, por exemplo na NASA.
Senão, melhor adaptar-se ao ambiente e tratar as pessoas com respeito. “Por
favor”, “Com licença” e “Obrigado” fazem sempre bem.
Faça o social. Muitas atividades são realizadas por
afinidade – “O ser humano é um ser social”, necessita e valoriza intensamente
as experiências sociais, por isso, embora alguns autores recomendem distancia
entre subordinados e superiores, convém haver interação social conforme a
cultura do indivíduo de modo a criar empatia entre as partes. Encontre o
equilíbrio nas suas relações sociais no trabalho.
As pessoas não são apenas diferentes, elas vivem
momentos diferentes ao longo da vida – Num grupo de pessoas, raramente todas
estão no mesmo “espírito”, uma tem
preocupação com os filhos, outra está planejando na carreira, outra está
preocupada com dívidas, outra está doente e assim por diante. Existe uma
infinidade de situações que diferenciam o que somos de como estamos. Se você é
um líder funcional, procure conhecer as pessoas, perceber o “momento”, o que as
motiva e como se comunicam, antes de simplesmente alocar atividades e cobrar
resultados. Você até pode tratar as pessoas como máquinas, mas nunca terá “a
milha a mais” que elas podem oferecer.
Cada um tem o emprego que merece. Não adianta
reclamar, faça o que puder para melhorar as coisas – Você é o primeiro exemplo
de seus liderados. Reclame do salário, dos benefícios, do dissídio e logo todos
estarão empenhados em reclamar também. Se não está satisfeito, procure fazer
algo para melhorar sua situação – estude, seja proativo, faça a “milha a mais”,
ou simplesmente procure outro emprego.
Estimule seu time a pensar, não resolva os
problemas por eles – Seja qual for sua posição gerencial, lembre-se: “duas
cabeças pensam melhor do que uma”. Concentre sua energia na coordenação das
atividades e não na definição da forma. Se for necessário um padrão, junte
especialistas para que montem um. Lembro-me de três ocasiões em que a Liderança
Diretiva é recomendada: Em um time novo, quando há uma pessoa em capacitação e
quando há uma crise/urgência.
Não busque culpados, busque soluções. O gerente é
responsável pelo resultado do projeto – A busca de culpados eventualmente pode
ser necessária, no entanto, não é nada produtiva. Se há um problema, busque uma
solução. E sendo gerente de um projeto, lembre-se que é pago para antecipar
problemas (riscos) sempre que possível. Buscar culpados provavelmente não irá
lhe ajudar no resultado final.
Se ninguém entende o que você fala, pense na
possibilidade de se comunicar melhor-Mesmo os maiores sábios da humanidade
conseguiram formas de comunicar ideias complexas e abstratas de forma
inteligível à pessoas simples, num nível de clareza suficiente para lhes trazer
benefício. Se você não está sendo compreendido, ajuste seu modo de falar.
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